segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Harrington Emerson


Filho de um ministro presbiteriano, foi educado na Bavária, emigrou para os Estados Unidos e terminou trabalhando como engenheiro nas estradas de ferro de Santa Fé. Conta a história que, em 1911, a Comissão Interestadual de Comércio Norte-americano fez um grande debate para tentar provar que os custos dos transportes poderiam ser muito menores se fossem mais bem administrados. Foram convocados muitos técnicos, engenheiros, administradores de fábricas e, entre esses, estava Harrington Emerson. Quem conduziu esse debate foi Louis Brandeis, que cunhou o termo Administração Científica, que veio a representar o grande movimento de racionalização dos métodos da produção, cujo maior expoente foi Taylor. Emerson é pouco conhecido hoje, mas é importante dizer que foi o precursor da Administração por Objetivos de Peter F. Drucker, quase 50 anos antes. Ao contrário de Taylor, abordou a organização como um todo e desenvolveu princípios de eficiência, dos quais a definição de objetivos era o mais importante.

É importante dizer que Emerson estudou a obra dos grandes vencedores na política, na indústria, nas guerras, nesse caso principalmente Carl von Clausewitz*, um grande general prussiano. Ele fez uma constatação interessante de que os que alcançaram o sucesso haviam praticado, sem perceber, idênticos princípios e os que fracassaram também praticavam erros idênticos. Com isso, levantou uma série de hipóteses que submeteu à experimentação. Após constatar que a maioria das hipóteses era verdadeira, escreveu sua principal obra intitulada “The Twelve Principles of Efficiency”, em 1912, no qual defendeu 12 princípios que julgava de fundamental importância para se alcançar a eficiência.

 

* Carl Von Clausewitz viveu entre 1780 a 1831. Escreveu “Tratado sobre a guerra e Princípios de Guerra”, estratégia militar que foi adaptado depois de mais de 150 anos à estratégia industrial e mercadológica. Clausewitz simplesmente antecipou à Escola de Administração científica de Taylor. Desde muito cedo, considerava que administrar uma grande organização requeria um planejamento cuidadoso, com decisões fundamentadas em probabilidades e não em necessidades lógicas. Sua maior contribuição para a Ciência da Administração, além de seu conceito de estratégia foi pregar que o administrador deveria aceitar a incerteza e planejar de modo a minimizar essa incerteza, e as decisões deveriam ser sempre científicas e não intuitivas. 


Extraído e adaptado do livro "Caminhos da Administração" de Rubens Fava.

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